Pe. José Kentenich – Um homem e uma grande missão!

23 de janeiro de 2018

 

 

ARTIGO –  Escolhido e inspirado por Deus para iniciar uma Grande Obra, num “Belo Lugar”.

 

Nascido na Alemanha, no ano de 1885, desde a mais tenra idade, já cultivava uma intimidade com Deus. Aos 6 anos de idade, numa brincadeira com alguns amiguinhos da rua, subiu uns degraus e começou a falar-lhes com solenidade: “Quando eu for grande e for padre, vou pregar para vocês.” Gostava de rezar e rezava com muito fervor, também compunha orações.

 

É levado, aos 9 anos, para um orfanato, por sua mãe que não tinha condições de progredir com sua educação. Então começa sua entrega, ainda inconscientemente, aos planos de Deus.

 

Pe. J.K. “Temos de cuidar de não perturbarmos os planos de Deus…”

 

Inicia o noviciado, aos 19 anos de idade, perseguindo uma busca fanática pela Verdade. Ele chega quase ao desespero. Tudo o impelia para a formação de um novo tipo de homem, em si mesmo, e nos outros. Sentia a necessidade de ser um homem livre, ousado e veraz, que não sucumbisse à influência das ideologias que trabalhava em favor do esvaziamento e inversão de valores gerando o caos social. Esta busca se prolonga por mais alguns anos. Até que ele descobre na pessoa de Maria o sentido da existência do homem e do mundo. Descobre o remédio capaz de curar as enfermidades espirituais do homem de nosso tempo.

 

Pe. J.K.: Ela é simplesmente “o ponto de equilíbrio do mundo.” É a porta de entrada para a verdade do mundo da criação como também a verdade do mundo da revelação.

 

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!” (Jo 8,32).

 

Até que em 1910, tornou-se sacerdote para sempre: para o tempo e a eternidade. Então em 1912 foi nomeado Diretor Espiritual com apenas 27 anos de idade, para dirigir um grupo de jovens seminaristas sedentos por liberdade, recem chegados de um seminário muito rígido e conservador. Foi aí que o Pe. JK pôde compreender o motivo pelo qual teve de sofrer e passar aquelas lutas na época que fizera o noviciado.

 

Impulsionado por esse espírito de liberdade, ele e os seminaristas decidem convidar a Mãe de Deus, sob o título de Mãe Três Vezes Admirável, para estabelecer seu trono na antiga capelinha de São Miguel, no vale de Schoenstatt, na Alemanha, onde, a partir dali pudessem se manifestar as magnificências de Nossa senhora e realizar milagres de Graça.

 

O Pe. J. K. tinha uma grande confiança e fé prática na divina providência. Ao passar pelo crivo do Nazismo no período de guerra mundial, assim por eles entendido, as ideias difundidas no Movimento de Schoenstatt inspiravam perigo ao espírito e à finalidade da “Nova Alemanha”. Ele é preso em Coblença, 1941, e encarcerado num dos porões do alojamento da polícia (eram cofres de um banco desativado), onde não conseguia estar nem sentado direito, nem em pé, posição muito incômoda. Ali ficou quatro semanas. Saiu da masmorra e diz: “Afinal tive férias! Demonstra a posse plena de si, de sua personalidade inquebrantada. É conduzido a uma cela da prisão, conhecida como “Carmelo”. Logo após, 20/01/1942, decide livremente ir para o Campo de Concentração, já com 56 anos e uma deficiência pulmonar. Estava preso em nome da Família, como “pai” e “cabeça”.

 

Pe. J.K. na ocasião disse: “Estou preso para pagar com minha liberdade exterior a liberdade interior da Família, para todos os tempos.”

 

“O que o homem possui de mais precioso é a liberdade”. “Nós estamos no mundo, mas não somos do mundo”.

 

Em 1945 ele está livre! Após ter passado por tudo isso, depois de quatro anos é exilado em uma cidade, a qual, pertencia aos EUA. Passou longos e penúrios 14 anos separados da Família Schoenstatiana, depois retorna a Schoenstatt por Graça Divina. Em 24/12/1965 o pai, o Fundador estava novamente no “Lar”, no Santuário. Cada vez que ele passava por uma destas situações de tenção e cárceres, superabundava a Graça de Deus na sua vida. Seu espírito se tornava cada vez mais livre a ponto dele, esquecendo-se a si mesmo, doar- se inteiramente a Família. Permanecendo “Livre do mundo”.

 

“Suas palavras são como centelhas que despertam vida.”

 

Quando Deus é meu tudo eu sou livre em relação a tudo. Caminhar com Deus é uma aventura. A mais bela que existe!

Ao fim dou-vos graças, porque fizestes muito mais que prometestes.

Aí ele vai morrer em paz! “Com Maria, alegres na esperança e certos da vitória, rumo aos novos tempos!

 

 

Referências Bibliográficas:

 

Barbosa, Maria Augusta. Pe. José Kentenich – Pai e Educador Carismático – Secretariado Padre José Kentenich, Atibaia/SP, 2005

 

Irmãs de Maria Schoenstatt. Ideal Pessoal – A Idéia Central na Ascese Orgânica/Caderno 5 – Centro Mariano, Santa Maria/RS, 1998.

 

Kentenich, Pe. José. Linhas Fundamentais de uma Pedagogia Moderna para o Educador Católico/Conferências do Curso Pedagógico 1950 – PALLOTTI, Santa Maria/RS, 1984.

 

Badry, E. Ousadia na Fé/Editado na Alemanha. Tradução: Irmãs de Maria de Schoenstatt- Santa Maria/RS,1971

 

 

Texto: Ana Dias Guimarães

 

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