Setembro amarelo

16 de setembro de 2020

Foto: Ane Emanuele da Silva

 

 

Principalmente neste mês a atenção da saúde é voltada não só às doenças do corpo, mas também da alma através da Campanha do Setembro Amarelo. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, realiza, no Brasil o Setembro Amarelo como Prevenção ao Suicídio. Segundo o site oficial da campanha são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo.[1]

 

Neste momento, como Igreja, é preciso oferecer ajuda, ver o sofrimento do próximo e saber que é possível ajudar, ou caso se sinta só, saber que pode pedir ajuda. A agitação do dia a dia, faz com que isso não seja tão fácil. As palavras do Pe. Kentenich descrevem exatamente esse problema como sendo a massificação da sociedade, a perda da identidade do ser humano.

 

“Quem sentiu em si o espírito do tempo atual, adquire uma visão clara e um ouvido aguçado. O demônio da massificação roubou ao homem o cerne de sua personalidade. Desvalorizou-o, reduzindo-o a uma peça descartável da máquina; o ‘eu’ foi sufocado, cedendo lugar ao ‘alguém’ indefinido.” [2]

 

Nesse contexto, a palavra massificação evidencia uma sociedade em que todos agem de forma semelhante com os mesmos interesses, fazendo com que alguns, ao se sentir diferente, também se sinta triste, excluído ou sozinho. É possível dizer que a banalidade do mundo atual, aumentou o sofrimento das pessoas com doenças como a depressão.

 

 

A cura da alma

Sabemos bem, que algumas doenças pairam no ar, contaminam e são contagiosas, mas, as mais graves são as que contaminam o nosso coração e nossa alma. Doente, “o nosso coração não é mais capaz de amar, desaprendeu o amor. Não consegue amar de maneira cordial nem pessoal; não sabe mais amar com um amor ordenado e exalante de paz; não é mais um amor alegre, livre e que conduz à liberdade, nem é mais um amor capaz de se sacrificar com alegria. Como pode um coração, talvez antes sadio, resistir a tantas investidas? E qual o resultado?”[3]

 

Com o coração doente, as pessoas acabam julgando umas às outras ou a si mesmo e isso causa danos permanentes. Mas Deus aguarda receber o seu coração, Ele quer curar a todos, para isso, oferece em troca os corações santíssimos e inteiramente sadios, de Maria, Nossa Mãe e do seu Filho Jesus e convida a selar uma aliança de amor. Através dessa aliança de Amor é entregue um coração com todas as falhas e sofrimentos, no lugar dele é introduzido um coração novo cheio de paz, capaz de aprender novamente o caminho do amor.

 

Ao receber esse coração novo, passa a ser visível como cada indivíduo é especial, como Deus criou o homem à sua imagem e semelhança[4] e“(…) não é algo grandioso ter sido criado à imagem de um Deus pessoal? Porém n’Ele não há só uma pessoa, mas são três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo! (…) Sou algo completo em si, sou uma personalidade e por isso posso dizer: não existe uma outra pessoa como eu, sou algo original, não existe outro que tenha sido criado como eu, que tenha as mesmas  capacidades, que tenha a mesma missão, a mesma tarefa que eu. Portanto, se eu não desempenhar minha tarefa, ficará faltando algo na ordem da salvação, na ordem da criação.” [5]

 

E o amor de Deus é tão grande que mesmo com todas as falhas do mundo, entregou o maior presente. “Deus amou tanto o mundo, e portanto também a mim, que enviou seu Filho Unigenito”.[6] Entregou o seu Filho, para salvar a humanidade, também agora é preciso salvar a humanidade. Mas como? Sabendo da importância de cada ser humano e de sua própria importância é possível viver em comunhão uns com os outros, aceitar e respeitar as diferenças de cada um, e dessa forma ajudar a quem mais precisa ou pedir ajuda sem medo da rejeição.

 

Caso precise de ajuda ou queira mais informações sobre a Campanha do Setembro Amarelo acesse: https://www.setembroamarelo.com/.

 

 

Por Ane Emanuele da Silva

 


Referencia

[1] https://www.setembroamarelo.com/

[2] A Imagem cristã do Homem. Pe. José Kentenich pág.7

[3] A Imagem cristã do Homem. Pe. José Kentenich pág. 12

[4] Gen 1,26

[5] A Imagem cristã do Homem. Pe. José Kentenich pág.75

[6] Jo 3,16

 

 

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