A pedra que se tornou meu fundamento

20 de dezembro de 2019

 

Eu me chamo Marcos Antônio Rodrigues Leles e durante um bom tempo trabalhei no Santuário Tabor da Liberdade e pertenço de certa forma a família de Schoenstatt, porque selei minha Aliança de Amor e a vivo fielmente.

 

Outro dia eu vi no site uma foto do dia da benção da pedra fundamental do Santuário e eu estou nessa foto de macacão branco segurando uma das pedras. Gostaria de partilhar sobre a minha experiência nesse dia e como tudo aconteceu. Totalmente sob o olhar da Divina providência.

 

Eu vivia em Belo Horizonte, no bairro Estrela Dalva e era catequista na Paróquia Santa Maria Estrela da Manhã. A Mãe Peregrina visitava minha casa todos os dias 5 de cada mês, onde nos reunimos como família para rezar o terço. Minha avó foi missionária durante muitos anos e também selou Aliança de Amor, naquele tempo em Atibaia. Eu só havia lido o livrinho verde e não sabia de muita coisa, para mim era a capelinha da Mãezinha que vinha visitar minha casa.

 

Na Paróquia começou-se a organizar o Movimento a nível da catequese e dos jovens. Recebei o convite para organizar um grupo de 14 crianças e jovens e também ajudar na catequese para que a Capelinha visitasse as casas dos jovens.

Coloquei-me a disposição da Mãe Peregrina e mãos a obra. Trabalhei muito na Paróquia pelo Movimento, e durante esse tempo surgiu a proposta de construir um Santuário de Schoenstatt em Belo Horizonte. Aquela ideia parecia inusitada, nova, mas afinal o que era um Santuário de Schoenstatt? Uma outra Igreja com uma foto da Mãe Rainha?

 

Participei dos eventos e aprendi sobre o Capital de Graças, esse era o fermento e a base para se ter um Santuário, então, me dediquei a anunciar essa ideia aos jovens da catequese e as famílias, inclusive a minha. Oferecíamos todos os dias e depois entregávamos à coordenadora do movimento os papeis marcados. Era diferente tudo aquilo, e a ideia de construir um Santuário ia ganhando meu coração. Participei nas primeiras romarias para o terreno, a Benção da Ermida, da Tenda de Maria, enfim, estava lá.

 

No tempo em que a conquista da pedra foi anunciada, recebi o papel para oferecer meu Capital de Graças. Queria muito ir nesse dia, mas, nem tudo é como queremos. Minha família passava por momentos difíceis, eu como adolescente não trabalhava e não tinha o dinheiro para ir no ônibus e meus pais também não. Eu tirei meu nome da lista do ônibus, estava triste, chateado, mas rezava confiante e entrega isso no capital de graças. Por um “equívoco” de uma das famílias, a Imagem Peregrina foi parar lá em casa. Eu naquele dia queria muito ver um filme, enquanto todos foram dormir da minha família, eu me ajoelhei diante da Imagem e rezei pedindo a Mãe uma graça especial, que Ela me levasse até a colocação da pedra fundamental.

 

Os dias para a celebração iam chegando, eu mantive silêncio e continuei meus trabalhos e estudos. No domingo bem cedinho, a coordenadora me liga e pede para me arrumar, que estavam me esperando enfrente a Paróquia para irmos. Não demorei muito a estar lá. Não tinha nenhum centavo no bolso, mas estava feliz e contente, eu ia à Benção da Pedra Fundamental do futuro Santuário. A providência não deixou faltar nada, eu ganhei café da manhã, almoço. “Não falará nada com ninguém sobre a situação”. A coordenadora apenas me disse para agradecer a Mãe Rainha, porque era presente Dela.

 

Antes da Missa, eu e outro jovem fomos colocar no nome da Paróquia na lista para anunciar que estávamos presentes. Encontrei o Padre Lourival Felipe, que perguntou se queríamos ajudar na Missa. Respondemos que sim! Logo ele nos levou para atrás do palco, nos deu um macacão para vestir. Depois me entregou nas mãos a pedra fundamental com a logo do Santuário e o nome Tabor da Liberdade. Havíamos estudado sobre o ideal do Santuário, de liberdade e sobre o Tabor. Mas jamais tinha imaginado aquilo. Uma grande alegria tomou conta de mim, meu coração estava em festa.

Ofereci como Capital de Graças o calor que sentia usando o macacão e as luvas de lã e o peso da pedra. Mas durante a Missa, assumi para mim ser um filho do Tabor da Liberdade. Que aquela pedra fosse fundamento em meu coração para a terra igual ao céu, o reino da liberdade, ardentemente almejado, onde a magnanimidade e o sentido do decoro vencem as tendências que arrasta para baixo; onde os mais leves desejo de Deus vinculam e despertam alegre decisão; onde sempre se impõem vitoriosamente, segundo a lei fundamental do amor? Sim, eu conheço essa terra maravilhosa, é o prado de sol no brilho do Tabor da liberdade. (RC 602).

 

Descobri que não estava edificando um Santuário somente, mas que estava edificando um lar. Que ali ia ser uma fonte para todos que chegassem e a Mãe os acolheria e que ninguém sairia sem ser tocado ou sem resposta. Que aquela pedra seria uma ideal de filho, que a Mãe liberta do medo, dos vícios, da angústia, da falta de lar, da falta de amor e principalmente da falta de Jesus. Ela sempre me presenteia seu Filho no Santuário. Quando entro lá, me torno e me sinto ainda mais livre e Ela me educa todos os dias. Quando olho a pedra fundamental ali do lado da porta, recordo que ela também foi colocada em meu coração.

 

Nos Cum Prole Pia, Benedicat Virgo Maria!

 

 

Imagens Arquivo Pessoal

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